Como montar um aquário hospital

Artigo retirado com autorização do site Aquarismo Paulista e escrito por Rosana Ferreira em Julho de 2017.

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O aquário hospital é qualquer aquário utilizado única e exclusivamente para tratamento de peixes doentes, baldes grandes e organizadores também podem ser utilizados para esse fim. Diferentemente do aquário principal é o típico “aquário pelado”, contendo apenas:
  • Termostato e termômetro, para controle da temperatura.
  • Mecanismo de aeração: compressor e pedra porosa.
  • Materiais exclusivos para uso: redes, sifão, mangueira e qualquer outro item de manutenção… a fim de não contaminar outros aquários habitados com peixes sadios.

A iluminação pode ser usada somente se o aquário estiver em um local muito escuro, e mesmo assim, deve ser fraca, apenas para visualizar o peixe e conferir seu estado. Alguns medicamentos apresentam degradação na presença de luz, então, é preciso observar as informações na bula.

Porque deve-se evitar o uso de:

  • Substrato : além de reter sujeira, pode abrigar organismos patogênicos.
  • Filtragem química : Retém a maioria dos medicamentos, impedindo o processo de cura.
  • Plantas: além da contaminação, não sobreviveriam a ação de medicamentos ou a falta de luz e nutrientes.
  • Troncos, rochas e enfeites : Podem afetar as condições da água, reagindo com o medicamento e liberando substâncias tóxicas aos peixes ou inativando o princípio ativo.
  • Filtragem biológica : A maioria dos medicamentos usados nos tratamentos acaba por exterminar as bactérias nitrificantes. A decomposição dessa biologia acaba por prejudicar a qualidade da água.


O volume indicado costuma ser de um aquário médio, mais ou menos de 20 a 50 litros, por questões de manutenção e gastos com água e medicamento. Claro que os donos de peixes grandes (alguns ciclídeos, jumbos e carpas), precisam de um aquário hospital de acordo, alguns com 100 litros ou mais.

Para compensar a falta de filtragem química e biológica, é necessário o uso de TPAs diárias e reposição do medicamento perdido com essa troca. O volume a ser trocado varia de 70% a muitas vezes 100% com sifonagem se for o caso, precisando observar sempre, o uso do condicionador/anticloro, a temperatura e o pH iguais aos da água “velha”. Choques de parâmetros são especialmente danosos, dificultando uma resposta positiva do peixe ao tratamento e sendo em certos casos, fatais.

Claro que isso requer tempo, gastos adicionais com água, medicamento e condicionador, podendo provocar também, estresse em algumas espécies. No entanto, a TPA diária garante:

  • Remoção de grande parte dos patógenos e consequentemente maior controle destes.
  • Remoção de substâncias tóxicas liberadas pelo metabolismo do peixe (amônia, nitrito) acumulados durante o dia.
  • Redosagem da medicação, garantindo uma meia-vida maior do medicamento e consequentemente, combate mais eficaz a doença.

A água limpa possibilita ao organismo do peixe focar suas energias na cura, evitando que o sistema imunológico tenha que lidar com estresse fisiológico.

A cada fim de tratamento, o aquário hospital e todo o material utilizado nele deve ser desinfetado com o uso de água sanitária diluída em água ou permanganato de potássio a 2%, eliminando assim os patógenos que porventura tenham se alojado nesses materiais.

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