Bacalhau não é peixe

Em meio às tradições culinárias, poucos mitos são tão persistentes quanto o do bacalhau. A crença popular sustenta que o bacalhau é uma espécie única de peixe, mas a realidade é mais complexa e interessante.

Origem do Equívoco

A confusão começa com o nome "bacalhau", que não se refere a uma espécie específica, mas a um método de preparação. O verdadeiro bacalhau é o resultado de um processo de salga e secagem aplicado a certos tipos de peixes.

Este método de conservação milenar transforma a textura e o sabor, criando o produto que muitos conhecem e amam.

Espécies legítimas

A legislação é clara: apenas três espécies podem ser legitimamente chamadas de bacalhau. São elas: Gadus morhua, Gadus macrocephalus e Gadus ogac. Qualquer outro peixe, mesmo que salgado e seco, não deve ser vendido sob o nome de bacalhau, mas sim como "peixe tipo bacalhau".

Cultura e o Consumo

O bacalhau é um ingrediente central em muitas culturas, especialmente em Portugal e no Brasil, onde é consumido em grande quantidade durante a Semana Santa e o Natal. A sua popularidade remonta às grandes navegações, quando era estocado nos porões das naus por sua longa durabilidade.

Desafios Atuais

Hoje, a pesca predatória coloca em risco as espécies legítimas de bacalhau, elevando os preços e desafiando os consumidores a identificar substitutos sustentáveis. A conscientização sobre as espécies corretas e o processo de preparação é essencial para preservar tanto a tradição quanto o meio ambiente.

O bacalhau não é um peixe, mas um legado cultural e gastronômico. Desvendar esse mito não é apenas uma curiosidade, mas uma responsabilidade de todos que desejam manter viva a tradição do bacalhau, garantindo sua autenticidade e sustentabilidade para as gerações futuras.

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Autor: Carlos Felicio - Aquarista Hobbysta, Criador e Administrador do Tô Aquariando.