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sexta-feira, 14 de março de 2025

Por que nossos peixes morrem?

Antigamente era melhor ou era pior? O aquarismo com certeza evoluiu ao longo desses anos, mas e os peixes ? Questões... Desde que eu retomei o aquarismo por volta de 2014, percebo que os meus peixes em geral duram bem mais do que em períodos anteriores. Isso se intensificou especialmente em 2019, quando eu me libertei dos filtros hang-on e passei a usar canisters. De lá pra cá, muito aprendizado só me fez ter aquários melhores, mais bonitos e com menos perdas. Eis que no final de 2023 eu comecei meu projeto de um cubo nano, para voltar a ter bettas. Pensei: “vou ter um espaço bem melhor do que as beteiras do passado, tem tudo pra dar certo”. E aí o betta plakat todo colorido durou cerca de 1 ano comigo. Não era lá um peixe muito agressivo (ele permitia que neocaridinas dividissem o cubo com ele), aos poucos foi ficando mais recluso, até que um belo dia apareceu morto, sem prévio aviso. É claro que isso me botou para levantar inúmeras hipóteses - já aceitando que a culpa foi minha em alguma coisa.

Passou um tempo, dei uma geral no cubinho, otimizei as plantas e cometi a compra de um betta em más condições numa dessas petshops gigantes. Consegui dar uma boa melhora na saúde dele, nadadeiras se recuperaram, estava todo espertinho… Até que morreu com cerca de 6 meses comigo. Esse com certeza foi na conta das ondas de calor - quando encontrei ele morto, o termômetro estava marcando 34 graus e provavelmente ficou com mais que isso ao longo do dia. Aí resolvi pisar no freio, e tentar melhorar o projeto um pouco, tentando entender como eu conseguia ter bettas por mais de 2 anos num vidro de maionese com água. Nesse meio tempo, tive 3 fêmeas de betta no outro nano, que morrem ao longo de 2 meses, todas com sinais de constipação. Hora de rever meus conceitos.

Procurei nas fontes de hoje (ou seja, internet) sobre possíveis fatores que talvez explicassem as perdas recentes, a começar pelas rações para bettas. De fato o ideal é dar alimento vivo, mas se há 20 anos ou mais os peixes já viviam bem com rações industrializadas, me parecia pouco provável que houvesse uma involução na qualidade destas rações, especificamente as de betta (para os demais peixes posso atestar que temos rações MUITO melhores hoje). Aí vi um vídeo do Lincoln (o Mr. Betta) falando especificamente sobre isso, e acho que cheguei mais perto da razão: a qualidade dos peixes ofertados nas lojas. Hoje em dia eu vejo muita gente reproduzindo bettas, uma variedade de cores e formas cada vez maior, mas pouco se sabe se geneticamente são bons os resultados - ou se os melhores exemplares são os que chegam às lojas. O mesmo aqui pode se aplicar a outros peixes de fácil reprodução, como guppies e alguns acarás. Acho que finalmente cheguei numa resposta satisfatória, pois os peixes onde eu tenho maior conhecimento da origem (em especial os meus discos), eu tenho saúde pra dar e vender, e bons registros de longevidade. Prestem atenção em quem fornece seus peixes.

Claro que por trás dessa reflexão tem outros fatores além da genética: se são peixes coletados ou de cativeiro, em que condições eles foram mantidos, que tipos de ração / alimento vivo eles comem, etc. Se eu coloco essas variáveis aqui ia ficar complicado de fechar o raciocínio. Partindo do pressuposto que os peixes hoje comem melhor e os aquários em que são mantidos tem uma água melhor, aí essa questão da genética pode realmente fazer diferença. Até acho que muito refugo de criação acaba chegando nas lojas, mas isso não deixa de ser mais uma explicação para este mesmo ponto. Quanto aos coletados na natureza? Papo para um próximo texto...

(nota: texto originalmente enviado aos assinantes da newsletter do podcast Aquarismo para Todos, com algumas adaptações)

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