Ivanacara adoketa — Acará Zebra

ago 07, 2025

Origem e Distribuição

Entre os ciclídeos anões mais belos e únicos da América do Sul, o Ivanacara adoketa, também conhecido como Acará Zebra, chama atenção por sua coloração listrada, comportamento intrigante e exigência por águas extremamente ácidas. Não é o peixe mais indicado para iniciantes, mas para os aquaristas que topam o desafio, ele entrega beleza, inteligência e um espetáculo de cuidado parental.

Originário das águas calmas e ácidas da bacia do Rio Negro, no Brasil, o Acará Zebra habita riachos rasos com fundo arenoso, com profundidade de até 28 cm, abundante matéria orgânica, folhas em decomposição e temperaturas 24 a 28 °C. Por isso, quem quiser manter esse peixe precisa simular o chamado biotopo blackwater, com folhas secas, troncos e turfa — além de uma filtragem suave e estabilidade nos parâmetros.

Dimorfismo e Reprodução

Os machos chegam a cerca de 10 cm, com nadadeiras mais alongadas e coloração mais intensa, enquanto as fêmeas são menores e apresentam uma coloração levemente rosada durante a reprodução. Ambos os sexos apresentam listras verticais escuras — que ficam ainda mais intensas em momentos de estresse ou na época da desova

Corpo compacto, cabeça arredondada. Machos podem atingir até 10 cm e fêmeas cerca de 2‑3 cm a menos;
Ambos os sexos apresentam sete faixas transversais no corpo; durante a reprodução essas faixas escurecem, às vezes quase pretas. Em machos, as barbatanas dorsal e anal tornam-se alongadas e coloridas, enquanto a fêmea adquire um tom rosado leve

Apesar de ser um ciclídeo, o Acará Zebra é relativamente pacífico fora da época de reprodução, podendo ser mantido com peixes calmos, como tetras selvagens, Corydoras e outros habitantes de meio ou topo. Porém, quando o casal entra em reprodução, pode se tornar extremamente territorial — cuidando ativamente dos ovos e dos filhotes por dias. Os ovos são depositados em folhas ou rochas e eclodem em até 72h, com os alevinos nadando livremente após uma semana. A dedicação dos pais é uma das maiores qualidades da espécie.

Alimentação

Onívoro com forte tendência carnívora: aceita ração de qualidade (flakes, pellets pequenos) e se beneficia de alimentos vivos e congelados como artêmia, bloodworms e larvas.
Não é raro que inicialmente rejeite alimentos secos, mas com paciência aprende a aceitá-los.

Comportamento e Compatibilidade

Fora da reprodução, pode ser mantido em pares ou pequenos grupos. Após a formação do casal, fica mais pacífico entre si.
Durante a reprodução, tornam-se territoriais e protegem fortemente o ninho.
Ideal para aquários com espécies calmas, que ocupem níveis superiores ou que sejam grandes o suficiente para não chamar atenção dos pais.
Evitar manter vários machos juntos, a menos que haja espaço e barreiras visuais suficientes.

Tamanho do Aquário Ideal

Para um casal, recomenda-se um aquário com pelo menos 120 litros, bem estruturado com esconderijos, plantas resistentes e baixa iluminação. É fundamental manter a água macia, ácida e muito bem oxigenada. Mudanças parciais de 20–30% por semana ajudam a manter a estabilidade.

Filtragem eficiente, mas corrente moderada, iluminação suave (preferencialmente difusa por plantas)